sexta-feira, 19 de setembro de 2008

INDO LONGE DEMAIS

(*)Ferrer Freitas


O escritor oeirense José Expedito Rêgo, que, se vivo estivesse, completaria 80 anos neste triste e chato 2008 (pelo menos para mim) escreveu, certa vez, que um dos motivos que levou Saraiva a transferir a capital para Teresina foi resultante de tanta intriga e mexerico na cidade. Mestre Paulo Nunes, presidente do Conselho Estadual de Cultura, de fundas raízes oeirenses, foi aqui, a partir dos anos 50, companheiro de jovens descendentes de ilustres famílias oeirenses, estudantes dos mais diversos colégios, sobretudo do Diocesano e do Liceu. Alguns, mais velhos, da Faculdade de Direito. Reuniam-se, quase sempre, para o papo animado, na alfaiataria de uma figura interessantíssima, natural de Oeiras, Benígno Lemos, que marcou época também como jogador do Ríver. Lá, era voz geral, que o lugar onde mais se falava mal da vida alheia no mundo era o Café Oeiras. Isso, só pra mexer com os oeirenses.

Essas reflexões são por conta de mal-entendido de determinada pessoa que, somente há poucos dias conheci, pessoalmente, a propósito de historieta-crônica que o mano Benedito Freitas, de nome literário Benedito Amônico, nome do nosso avô paterno, mais conhecido por Burane, escreveu e postou em portais da cidade. O texto trata de jovens que, nos anos 60, se arriscaram na aventura de “ganhar a vida” no sul maravilha, centrando, ao final, nesse a que me reporto atrás, que retorna, talvez por pura gozação, falando de forma diferente de quando saíra e sem reconhecer coisas, bichos e até pessoas. Acredito que por pura brincadeira ou para zoar, usando um verbo em voga. A crônica não tem nada ofensivo, nem motivo para ensejar sua indignação desmedida. Entendo até que tudo isso esteja ocorrendo por conta de conversinhas e insuflaçõeszinhas sem importância.

Mas, qual o quê. A coisa tomou vulto de tal modo, que o “ofendido” já ousou até ir à residência de nossa Mãe, de 88 anos e que padece da doença de Alzheimer, fazer ameaça ao Bené, como é mais conhecido o mano Benedito. Imprudência e despropósito que merecem uma reflexão, pois, no meu entender, ele foi longe demais. Somos pessoas pacíficas e amigas de todos, com passado digno e sem comprometimentos. Lembro-me de ter ouvido de um grande oeirense, certa vez, o seguinte: “Os filhos de João Burane e Lilásia são pessoas de bem!” Portanto, vai um recado a esse oeirense que não conheço de perto: tá na hora de esquecer a brincadeira. Se não, use o mesmo expediente: escreva seu contra-ponto e poste também nos veículos de comunicação!


(*) Ferrer Freitas é oeirense

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