segunda-feira, 1 de setembro de 2008

A Amazônia que eu não vi!


Domingo, 31 de agosto de 2008. Após um domingo modorrento, acabo de retornar de um breve passeio de fim de tarde pelas ruas centrais de Oeiras. Não nego que saí para dar uma “calibrada”, isto é, quer acabo de retornar com algumas belas lapadas de mangueira na cabeça.

Seja como for, no entanto, e ainda bem que foi desse jeito, não foi apenas para “encher o tanque” e alimentar o vício, que serviu a minha saída. Ela coincidiu com a saída de dezenas de estudantes moradores de cidades menores, vizinhas de Oeiras, que passaram a tarde de domingo prestando exames no Enem.

Só para encurtar a conversa, conversando com algumas jovens, fui informado de que o tema da redação da supracitada prova era (ou foi), “A Amazônia”.

Ainda sob efeito dos rubores do álcool, e retornando ao escritório, passei a pensar o que se poderia esperar que um jovem secundarista piauiense poderia dizer, que não fossem os mais óbvios lugares comuns sobre a Amazônia. Eu mesmo, fazendo um profundo exame de consciência, ou bem extrapolava falando, muito mais, da simbólica densa mata, do que, propriamente, daquela região do país.

Claro que sei, qualquer tema redacional pode levar à construção, até mesmo, de uma obra de arte. Mas não me consta que descobrir artistas da palavra escrita esteja entre os objetivos do ENEN.

Não sei como isso fuinciona, ignoro quais os mecanismos que levaram a comissão organizadora a escolher um tema tão pouco feliz para dizer o mínimo. Não sei, sequer, se esse exame foi proposto em nível nacional. Mas acho que esta escolha, assim como uma sentença jurisdicional deve ( ou deveria) ter sido motivada e muito bem expostos os motivos que os levaram a propor este tema.

Não me venham com a desculpa segundo a qual “o tema é o de somenos importância”. Se assim fosse, bastava abrir um “tema livre”., deixando o aluno escrever sobre as coisas às quais estivesse mais afeito.

Não! Não se tratou disso em nenhum momento! A comissão organizadora do ENEN houve por bem perguntar a estudantes dos Sertões de Dentro do Piauí suas concepções a respeito da Amazônia.

E digo mais, sem mêdo de errar, não demora e os contumazes críticos do nível de ensino no Brasil estarão pinçando redações “lamentáveis” e “Estapafurdias” sobre um tema tão presente no nosso quotidiano. Alunos Burros?

Joca Oeiras, o anjo andarilho Joca Oeiras, o anjo andarilho

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