sexta-feira, 12 de setembro de 2008

CARTA ABERTA AO POVO DE OEIRAS

Amigos de Oeiras,


Por conta da repercussão de um problema familiar, me senti na obrigação de esclarecer alguns fatos que, tenho certeza serão compreendidos por todos os homens que prezam a verdade e a justiça.

A minha história é de muitas lutas. Já passei por diversos problemas durante a minha jornada, mas consegui sobreviver a todos eles. Se hoje escrevo esta carta, é porque tenho a consciência de que todos aqueles que conhecem a minha vida, sabem como me sinto neste momento.

Apesar de ser um homem forte, acostumado a obter vitórias e aceitar derrotas, hoje, me sinto fragilizado. Sempre procurei ser uma pessoa simples, que vive para ajudar o povo e a família. Já realizei muitas boas ações, mas considero que o meu lar, a minha esposa e o meu único filho, são as minhas maiores realizações.

Ter um filho é uma dádiva, e o bom Deus só me permitiu sentir esta alegria uma única vez. Quando meu filho nasceu, roguei ao Senhor que nada de mal o acontecesse. Pedi aos céus que fizesse dos seus caminhos os mais claros, os mais justos. Mas às vezes, nem todos os nossos pedidos são ouvidos.

É do conhecimento de todos que o meu único filho errou como cidadão, porém, sempre procurei dar-lhe como exemplo a minha própria história de vida.

O que aconteceu entristeceu a mim, a minha mulher, a minha sogra, e a todos os familiares e amigos que nos últimos dias nos prestam solidariedade.

Quando colocamos alguém no mundo, só podemos desejar que seja recoberto pela felicidade Divina, mas não somos donos dos seus atos. O dever de um bom pai é orientar, mas cada um segue o seu caminho.

Sou um homem sério, honesto e trabalhador. Sempre quis que alguém que considero um pedaço de mim seguisse meus passos. Infelizmente, não posso mudar o passado, não tenho poder para voltar no tempo, e fazer com que tudo tivesse acontecido de forma diferente.

Como um bom pai, não posso abandonar meu único filho neste momento, apesar de não concordar com o que ele fez.
Triste, só me resta pedir a Deus que lhe dê a dádiva do perdão, e que tudo isso possa ficar esquecido no tempo.

Em nome do meu filho, peço imensas desculpas ao povo de Oeiras.
Por ser um homem justo, não posso permitir que pessoas sejam acusadas e injustiçadas por aquilo que não têm nenhuma culpa.

Fico sinceramente entristecido ao ver a forma com que um grupo político está usando um problema familiar, para transformar num ato político, não respeitando a dor de um velho coração de um pai, de uma mãe e de uma avó, que só Deus sabe o sofrimento por que passam neste momento.

Apesar da imensa tristeza que me invade, despeço-me do povo de Oeiras, dizendo ao meu querido e único filho, que poderá contar sempre comigo.


João Leite

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