quinta-feira, 24 de abril de 2008

RADICALIZAR NÃO É PRECISO

Por Stefano Ferreira
Um Oeirense


Há poucos dias, li na internet e depois em jornal impresso, um artigo assinado pela arquiteta Josevita Tapety, intitulado “Capital da fé ou do desespero? , sobre as questões de responsabilidade social em Oeiras, a partir de uma reflexão sobre o suicido.
Na verdade, o suicídio em Oeiras é um problema social que precisa ser coletivamente refletido, já que temos grandes índices de depressivos e pessoas com transtornos mentais.
Acredito que nenhum segmento da sociedade está alheio a essa questão e muito tem sido feito, por aqueles que vivem e convivem com o povo oeirense, no dia-a-dia. Projetos nas escolas, ajudas de grupos sociais, projetos da municipalidade e ações de fundações e ONGS.
Ao ler fiquei perplexo com tamanho radicalismo da articulista, pois para quem não vive o dia-a-dia da cidade, oeiras é um campo de acovardamento social e moral, é como se aqui nada fosse feito no campo social. O que não é verdade.
Diferentemente do artigo da arquiteta, vou comentar várias ações pertinentes e louváveis que merecem nosso respeito e, ajudam sim, na melhoria das condições de vida de nossos jovens.
O grupo de santo Antônio é composto por senhoras desenvolve ações com jovens grávidas das zonas periféricas da cidade. Na sede do grupo, elas ajudam a confeccionar seus próprios enxovais, assistem a palestras na área da saúde e espiritualidade. Essa ação foi matéria de destaque na extinta revista viva oeiras, editada pela amiga Josevita, onde a presidente do grupo era colocada como exemplo de atitude e responsabilidade social.
A Prefeitura Municipal de Oeiras em parceria com a Fundação Banco do Brasil, mantêm um projeto social no bairro várzea com oitenta crianças, onde aulas de música, dança, artesanato, reforço escolar e natação são oferecidos no horário oposto á aula, para que não fiquem sujeitas á marginalidade.
No último final de semana, a Prefeitura Municipal de Oeiras, através da Secretaria de Educação do Município, inaugurou no bairro Canela, uma casa de atividades sócias educativas, chamada Casa das Atitudes, onde monitores de capoeira, balé, teatro, hip hop e música, ministraram aulas para os já matriculados quatrocentos jovens daquele bairro carente.
O Centro de Atenção Psicossocial(CAPS) de Oeiras, é referência a nível de Piauí, no tratamento de pessoas com transtorno mental, com psicólogos, terapeutas ocupacionais, médicos, enfermeiros, assistentes sociais, artesãos, educadores físicos e uma estrutura adequada.Hoje para quem convive de perto com pessoas depressivas e transtornadas, sabe a importância do trabalho daquele grupo de profissionais em nossa cidade.
Na Praça das Vitórias, um projeto de incentivo á leitura e inclusão digital é uma realidade na Primeira Capital, onde mais de cem adolescentes buscam conhecimento na Biblioteca Pública de Oeiras e no Telecentro da Casa de Cultura Solar das 12 Janelas.
O Campus Universitário Professor Possidônio Queiroz, é ambiente democrático de ensino superior, exemplo vivo da interiorização do ensino e inclusão de nossos jovens na academia.
No alto do rosário, o ponto de cultura Quilombo do Rosário, desenvolve ações culturais com adolescentes afro descendentes, como o grupo de percussão e o gruo conguinhos de Oeiras, atrações no ultimo Festival de Cultura da cidade.
No bairro Oeiras Nova/ Jureminha a Fundação Dom Edilberto, possui centro de formação, cm vasta programação de capacitações e cursos que atendem não só a população daquela área, mas pessoas dos diferentes bairros.
A prefeitura naquele bairro inaugurou no ultimo mês de junho um centro de saúde com estrutura física e humana da qualidade das clínicas particulares, para atender gratuitamente aquela comunidade, sobretudo os jovens.
Por fim, nenhuma obra caracteriza mais a preocupação da municipalidade com nossos jovens, que a Construção da Escola Municipal Juarez Tapety, uma escola com estrutura digna das maiores escolas privadas do nordeste, com um trabalho diferenciado, grupo de professores todos licenciados, psicopedagogos, biblioteca interna, auditório e um ginásio esportivo.
Assim, gostaria de prestar minha homenagem a todos os profissionais envolvidos nessa teia de ações sociais em prol de uma Oeiras melhor. Educadores que em cada canto dessa terra, constroem as sementes que acreditamos brotar.
Por todo isso, acreditamos ser Oeiras a capital da fé sim, pois da fé é que brota forças para a caminhada árdua contra as diferenças sociais, que não é privilégio de Oeiras, afinal de contas não estamos na Eslovênia, mas no nordeste brasileiro.
Generalizar que todos nós temos baixa auto estima?
Não concordo, basta conhecer o presidente do Grupo Raízes do Brasil, conhecido em Oeiras carinhosamente como Marquito. Acometido de uma rara doença na medula, hoje se encontra em cadeira de rodas e mesmo assim, comanda um grupo de mais cinqüenta crianças na arte da capoeira. Marquito é um oeirense de fibra, tem auto estima e fé e ajuda jovens de nossa cidade a acreditar neles mesmos.
Mas, muito ainda precisa ser feito, com associação de todos os segmentos da sociedade, do poder público e das Ong’s, bem como de todos aqueles que acreditam amar oeiras.
O desafio é de todos nós e muitos já começaram a fazer sua parte, precisamos de operários de ação e não apenas de discurso.

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