segunda-feira, 21 de abril de 2008

É hora de fazer alguma coisa


Aumenta o número de Oeirenses, sobretudo jovens, que tiram a própria vida. No Brasil, nos últimos anos, as mortes por suicídio de pessoas entre 15 e 24 anos cresceram 1.900%Temos um problema sério pela frente: em Oeiras só este ano são cinco casos consumados e oito tentativas.


As conseqüências atingem também a família. Pesquisas mostram que cada morte afeta - profundamente e por tempo prolongado - pelo menos cinco pessoas.As estatísticas revelam a extensão de um problema que merece a nossa reflexão. Nos últimos 40 anos, as taxas de mortalidade mundial por suicídio subiram cerca de 60%. Nada menos do que um milhão de pessoas morrem por ano por essa causa - uma morte a cada 40 segundos, praticamente todas elas em conseqüência de depressão ou de algum transtorno mental.Estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) sinalizam que haverá mais de 1,5 milhão de vidas perdidas por esse motivo em 2020, representando 2,4% de todas as mortes. A OMS também registrou que permanece a tendência de crescimento das mortes entre os jovens, especialmente nos países em desenvolvimento.Diante da gravidade do assunto, o tema há alguns anos passou a integrar as políticas de saúde pública em diversas partes do mundo. Isso mostra que a melhor conduta é criar redes de proteção para dar o suporte necessário às pessoas em risco e suas famílias.


Aqui em Oeiras, a Prefeitura Municipal implantou o CAPS – Centro de Atenção Psicossocial, que atende pessoas que sofrem de depressão e transtornos mentais. Todo mês a meta de atendimento é extrapolada. Mas todos são atendidos. Entretanto ainda há muito preconceito, pois muitos acham que ir a um psicólogo já é sinal de loucura.


Reduzir as taxas de suicídio é um desafio coletivo. A sociedade precisa romper com os tabus e se engajar nessa batalha. Apesar de não serem raras as famílias em que alguém não tentou ou morreu, pouco se fala do assunto. A mídia, um poderoso instrumento de educação e conscientização, também se omite sobre essa questão "desgostosa". Mas a nossa resposta não pode ser o silêncio. Nossas chances de chegar às pessoas que precisam de ajuda dependem da visibilidade.


Quem pensa em se matar deve saber que mais gente pensa sobre isso e pode ajudar.
Muita gente em Oeiras está gritando por socorro, clamando por ajuda.


A depressão tem levado muita gente a tentar resolver o problema da forma mais brutal possível. Pessoas estão impedindo o curso natural da vida.


Muitos têm estampado um sorriso no rosto e uma dor no coração.


Até quando vamos assistir a tudo isso?É hora de darmos as mãos e fazermos alguma coisa pelo nosso povo, que está sofrendo. Precisamos unir donas-de-casa, pais, educadores, jornalistas, publicitários, líderes comunitários e mostrar que o debate sobre o suicídio não é uma questão moral ou religiosa, mas um assunto de saúde pública e que pode ser prevenido. Aceitar essa idéia é o primeiro passo para poupar milhares de vidas.


Leve a sério quando alguém ou um parente diz que a vida não vale a pena e se mostra deprimido. Por baixo disso pode estar a intenção de interromper a vida

Um comentário:

Israell - bobi disse...

Muito boa matéria,Lameck!