terça-feira, 8 de abril de 2008

Passo a Passo na narrativa de Fé


Por Lameck Valentim


Narrar as histórias e tradições de um povo não é somente contar histórias, é transmitir sentimentos. E é isso que conseguem Pedro Júnior e Stefano Ferreira em seu livro “Passos de Bom Jesus – Narrativas de Fé”.
Adquiri um exemplar logo após o lançamento, mas não tive o prazer de ler, pois o mesmo foi “roubado” por um familiar, que espero tenha vivido o que vivi ao degustar esta obra. Hoje, 08 de abril, comprei um novo exemplar. E num só fôlego o li. Não consegui deixar a leitura que me prendeu, me tirou de órbita e me levou ao universo do Bom Jesus dos Passos.
Não sou católico, todos sabem. Mas sou oeirense. E é impossível passar incólume pela Procissão dos Passos. Sempre a acompanhei como Jornalista, nunca como “fiel’ ou “devoto”, e assim sendo nunca penetrei nesta atmosfera de “Alecrins e Água Benta.” Mas agora, através da obras desses jornalistas que tanto têm feito por nossa Oeiras, senti-me seguindo passo a passo estas historias narradas por eles. Senti-me um devoto na Procissão e entrando nos seus bastidores, pois como uma grande peça teatral, ela possui aqueles que fazem o espetáculo acontecer.
Penetrar nos sentimentos daqueles que estão por trás da Procissão dos Passos, é como estar lá, como viver isso, como ser um desses “artistas”.
Sentir a emoção de Seu Chico Rêgo e Dona Socorro Brandão, que dedicam sua casa e sua vida ao Bom Jesus me tocou o profundamente.
Sentir o amor e dedicação de Dona Gracinha, Wellestron, Dona Zezé, Dona Julica, Luiza, Maria de Cota, Espírito Santo, as irmãs Rêgo (Espírito Santo, Gracinha e Socorro) para com os Passos, me emocionou.
Ver os relatos dos fiéis alcançados pelas graças do Bom Jesus, me fez chorar.
Todo oeirense deve ler este livro, pois assim conhecerá um pouco mais desta cerimônia secular, de como ela é feita, seus bastidores e conhecer alguns que foram alcançados pelas graças de Bom Jesus. E entrar no universo desta cerimônia tão importante para a história da nossa cidade.
Este livro tinha que partir de Stefano e Pedro Júnior, que como já foi dito, oeirenses da gema. Pois dessa nossa geração, poucos como eles sentem um amor profundo por Oeiras, sentem “s murmúrios do mocha a atiçar-lhes os corações”.
Os dois são magos na arte de escrever. São meus mestres, E como discípulo sinto-me orgulhoso por terem conseguido transmitir tão bem nossa oeirensidade.

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