quarta-feira, 23 de abril de 2008

NOTA DE PESAR


Caro Lameck,

Nossa Oeiras vem sofrendo lamentáveis baixas neste primeiro semestre de 2008. Pessoas que eram a cara da cidade fizeram a viagem fora do combinado, como diz o velho Boldrin para os que se vão desta para uma melhor. Primeiro foi B. Diogo, extraordinária figura, pai do meu colega de infância, João Luís, que a vida levou para longe. De verve aguçada, B. foi amigo íntimo do escritor Expedito Rêgo, seu companheiro de caçadas. Era casado com a caríssima dona Amélia, uma das melhores amigas de minha mãe, e vizinha querida. Depois, lá se vai embora Aderson Guida, parceiro do meu pai (foram motoristas a vida inteira). De um não se pode falar sem que do outro muito se diga, aproveitando o que disse um querido amigo sobre qualquer coisa aí de Oeiras. Acho que foi Dagoberto. A ligação seria como a de Gerson e Gerardo (Careca). Ainda por cima era pai de um dos meus maiores amigos, Antônio, ou melhor, Tôim de Aderson, com quem dividi, em apartamentos no Rio (naquele tempo, sem dengue), vagas agruras e alegrias. Somos compadres, assim, sem mais nem pra quê. Pois bem. Hoje tomei conhecimento que Vitalina Leite também resolveu ir embora. É demais! Por que tem que ser assim! João Leite, que estava comigo na noite fatídica em que perdi o “farol” direito (à época namorava Meyre de Cicim, ele), deve estar arrasado. Se consolo há para a “indesejada das gentes”, pelo menos os três , se não passavam dos 90, estavam bem perto! Mas, isso não vale. Ora, o velho Oscar não chegou aos 100! Portanto, aqui vai o meu mais profundo pesar para os familiares desses amigos diletos, oeirenses queridos, pessoas do meu bem-querer. E palavras mais, não tenho. Uso as de Vinícius: “Tristeza não tem fim, felicidade sim.”


Ferrer

Nenhum comentário: