terça-feira, 28 de agosto de 2007

“CALA A BOCA NEGRO”. Fui vítima de preconceito racial


É inconcebível que numa cidade em que 71% da população é negra, manifestações racistas ainda aconteçam.Isso ainda mais quando estamos em pleno século XXI e o conhecimento está ao alcance de todos.
Preconceito em todas as suas manifestações é sinal de ignorância. E quando parte de uma pessoa portadora de um diploma de curso superior torna-se uma coisa imperdoável.
O preconceito racial, machuca, fere, dói na alma, porque entre tantos motivos atinge a dignidade, pois é uma tentativa de diminuir o outro.
Já fui vítima de racismo (Qual negro não foi?) através de olhares. Mas hoje, terça feira, 28 de agosto, através de palavras senti o quanto dói. Numa discussão com a “professora” HÉLCIA RODRIGUES BARROSO, diretora da Escola Girassol, ela usou a expressão “CALA A BOCA NEGRO”. Essas palavras ainda ecoam, em minha mente. Senti a dor da tentativa de ser diminuído. Essas palavras provocaram uma forte dor na minha alma.
Sou negro sim e me orgulho disso. Me orgulho de ter uma família negra, de ter minhas raízes no bairro Rosário e de lutar por melhores dias e mais espaços para o meu povo. E sou forte, e não serão as palavras de uma pessoa que não sei o que será dela quando a força da gravidade resolver agir sobre ela, que me farão calar.
Hélcia: apesar de você amanhã será outro dia!

2 comentários:

Anônimo disse...

A maior vítima do racismo é o próprio racista, pois numa atitude de projeção caracterizamos numa dimensão de anulação dos valores humanos, as crises que a existência nos oferece.
O que vale é que: " Eu sou do pelô, o negro é raça...", e não se cala.
Numa atitude reflexiva dos fatos e não em crítica de quem as proferiu, estou contigo.

Anônimo disse...

você está certíssimo qundo disse que o preconceito racial, machuca, fere, dói na alma, pois é assim que me sinto, pois fui demitida de uma ONG da área de direitos humanos, de defesa dos direitos da pessoa com deficiência, não sou deficiente, mas sou negra, mora em favela, mas tenho nível superior. Isso incomodou demais certas pessoas. Fui demitida, apesar de ser uma excelente profissional, reconhecida pelo meu chefe e colegas, mas a dona da ONG nunca gostou de mim, e já soube por alguns colegas que ela não gostava de mim também por estar gorda, pois bem caro companheiro, somos vozes silenciosas desse preconceito velado que existe em nossa sociedade...